Tudo cai! Tudo tomba! Derrocada
Pavorosa! Não sei onde era dantes
Meu solar, meu palácio, meus mirantes!
Não sei de nada, Deus, não sei de nada!
Passa em tropel febril cavalgada
Das paixões e loucuras triunfantes!
Rasgam-se as sedas, quebram-se os diamantes!
Não tenho nada,Deus, não tenho nada!
Pesadelos de Insónia ébrios de anseio.
Loucura a esboçar-se, a anoitecer
Cada vez mais as trevas do meio seio!
Ó pavoroso mal de ser sozinha!
Ó pavoroso e atroz mal de trazer
Tantas almas a rir dentro da minha!...
A presença da mulher questionando o existencial em uma poema onde a reiteração reforça a imagem desejada. A tristeza surge na solidão emaranhando-se com as trevas.Um recolhimento onde o Deus surge apenas como um chamamento, porém o sofrimento mostra um destino doloroso.